A revista Camarada (2ª série)
A revista Camarada teve duas séries durante os anos da sua publicação. A primeira durou de 1947 a 1951, com 133 números publicados, e a segunda de 1957 a 1965, com 26 números publicados em cada ano, excepto no último. Era propriedade da Organização Nacional da Mocidade Portuguesa, um dos organismos criados durante o regime que se estendeu de 1926 a 1974, e que teve como principal líder António de Oliveira Salazar, depois substituído por Marcelo Caetano, até à Revolução de 25 de Abril de 1974, cuja imagem era inspirada na juventude fascista de Mussolini e da juventude hitleriana alemã.
Para além destes anos de duração, a publicação terá sido mais tarde substituída por uma outra, denominada Pisca-Pisca, que foi editada entre 1968 e 1970. Qualquer uma das duas publicações era destinada aos jovens do sexo masculino, uma vez que para as jovens existia a revista Lusitas, mais tarde substituída pela Fagulha, que durou até 1974 e a que aqui já nos referimos.
Foram diversos os desenhadores portugueses que passaram pelas páginas desta revista, que na sua 1ª fase apenas publicou autores nacionais, passando a incorporar algumas histórias de quadradinhos franco-belgas na 2ª fase. Entre os nomes mais conhecidos estão José Garcês, que colaborou em ambas as fases, tal como António Vaz Pereira e Júlio Gil, ou Bastos Coelho; na 2ª fase destacam-se Marcello de Morais, Ricardo Neto, Carlos Roque, Artur Correia, Eduardo Lemos, Fernandes Silva, Batista Mendes e Nuno Nunes, entre muitos outros.
Em ambas as séries a revista era quinzenal, com capas e algumas páginas a quatro cores e outras a duas cores, o que era raro na época, devido aos custos de impressão de diversas páginas a cores. Na sua primeira fase a dimensão da revista era de cerca de 27 cm por 22 cm, possuindo 16 páginas; na 2ª fase a dimensão passou para 29,5 cm por 21 cm, aproximadamente, tendo os números entre 8 a 12 páginas. O director e editor na 1ª fase foi Bartazar Rebelo de Sousa, enquanto na 2ª fase o director foi Álvaro Parreira e o editor Marcello de Morais.
Muitos outros escreveram nas suas páginas, que continham diversos artigos adequados ao espírito da revista, que pretendia divulgar os princípios filosóficos e os valores patrióticos, morais e religiosos do regime que a sustentava, constituindo ainda hoje uma interessante fonte para quem pretenda dedicar-se ao estudo das organizações de juventude no regime salazarista.
Optámos por colocar aqui o primeiro número da 2ª fase por considerarmos mais interessantes as histórias de quadradinhos aí publicadas.
A digitalização das imagens foi realizada a 72 dpi, podendo ser aumentadas para 150 dpi com um clique do rato sobre as mesmas.
Capa da colectânea do ano 1 da II Série (1958)
Etiquetas: Camarada, Mocidade Portuguesa, Revistas portuguesas de quadradinhos
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