Quadradinhos em férias

Histórias esquecidas 24: Formidáveis Aventuras de Mick, Mock, Muck de Arturo Moreno

Arturo Moreno nasceu na cidade de Valência, Espanha, em 1909, tendo desenhado para a revista Pulgarcito nos anos 20 do século passado, mas foi para a revista Pocholo, com a qual colaboraram grandes nomes dos quadradinhos espanhóis, que concebeu as Formidables Trapisondas de Mick, Mock y Muck, em 1932, que em Portugal foi traduzido para Formidáveis Aventuras de Mick, Mock, Muck, relatando as aventuras de um grumete, um marinheiro e um cão. Dois anos mais tarde desenharia para a mesma publicação Punto Negro en el País del Juego, cuja personagem principal era uma mancha de tinta.

Veio ainda a participar com diversos trabalhos na revista KKO, tendo posteriormente emigrado para a Venezuela, em 1948, onde trabalhou para o Ministério da Educação local e em filmes publicitários. Regressado em 1956 a Espanha, uma das suas colaborações foi com a revista TBO, na sua segunda fase, tendo mais tarde colaborado também com a revista Chito.

Mas Arturo Moreno dedicou-se igualmente ao cinema de animação, tendo realizado o filme Garbancito de la Mancha no ano de 1945, uma longa-metragem com 60 minutos e meio, com produção de José María Blay e guião de Julián Pemartín, que foi terminada com enormes dificuldades, dado o período conturbado que se vivia em Espanha e em grande parte da Europa, devido à II Guerra Mundial. Já em 1943, nos seus estúdios, conseguira realizar a curta-metragem El Capitán Tormentoso.

Abaixo poderemos apreciar um pequeno excerto daquele filme.

A história que aqui divulgamos pertence ao primeiro dos quatro álbuns dedicados a Mick, Mock & Muck, tendo sido publicado pelas Edições O Mosquito em 1947. As dimensões dos álbuns, em formato horizontal, eram de 21,5 por 14,5 cm, com páginas a uma cor, como se pode ver pelas reproduções. Os álbuns não eram auto-conclusivos, uma vez que a aventura continuava de livro para livro, só terminando no final do quarto álbum.

As imagens foram digitalizadas a 300 dpi, tendo sofrido algum tratamento pós-digitalização, nomeadamente na saturação de cor e na eliminação de algumas manchas.

Histórias esquecidas 23: Guerra no País dos Insectos, de José Cabrero Arnal

José Cabrero Arnal nasceu em 1909, em Barcelona, Espanha, tendo vindo a falecer em Antibes, França, em 1982. A sua carreira começou na revista Pocholo, para o qual criou uma personagem chamada Top, em 1935, um cão que veio a estar na origem de Pif, bem como a história Guerra en El Pais de Los Insectos, entre outras. Publicou igualmente diversas histórias nas revistas Mickey, em 1936, em TBO, e em KKO.

Tendo combatido na Guerra Civil de Espanha pelo lado dos republicanos, acabou por refugiar-se em França, onde foi aprisionado pelos alemães, que o enviaram para o campo de concentração de Mauthausen já durante a II Guerra Mundial, a 27 de Janeiro de 1941, tendo-lhe sido atribuído o número 6299. Após a libertação, em Maio de 1945, passou imensas dificuldades e atravessou um período de grande pobreza, chegando a dormir na rua, tendo começado a colaborar com o jornal do Partido Comunista Francês, L'Humanité, para onde elaborou várias histórias. Em 1945, deu início à publicação de Pif Le Chien, sob a forma de tiras.

No entanto, para a editora Vaillant, em 1946, Cabrero Arnal desenhou Placid et Muzo, que a 4 de Abril de 1965 viria a transformar-se no Vaillant, Le Journal de Pif, que continuou a publicar-se até 1969, alterando a sua designação para Pif Gadget, o qual durou até 1992, muito embora o título tivesse entretanto tivesse sofrido alterações ao longo dos anos. A Wikipedia possui uma longa base de dados acerca destas publicações. A revista recomeçou novamente a ser publicada em Julho de 2004.

A história que aqui divulgamos, Guerra no País dos Insectos, foi publicada em Portugal pelas Edições O Mosquito, tendo existido duas edições: uma primeira, de 1936, com as dimensões aproximadas de 21 por 29,5 cm, em formato de revista, segundo creio uma quase imitação da edição espanhola de 1934, e uma segunda, em 1947, em formato horizontal, com cerca de 21 por 14 cm, que é a que aqui utilizámos para a reprodução, de que mantivemos o aspecto e as cores, sem alterações.

Resolução: 300 dpi.