quinta-feira, janeiro 26, 2006

Carlos Freixas

Carlos Freixas, de seu nome completo Carles Freixas i Baleitó, filho do célebre desenhador Emilio Freixas, nasceu em Barcelona em 1923, vindo a falecer na mesma cidade no ano de 2003, tendo estudado desenho na Escuela de Bellas Artes de San Jorge. Como assistente do seu pai, com quem aprendeu a técnica do desenho e de quem herdou um traço solto, largo, elegante e pleno de movimento, ingressou na editora Molino em 1939, tendo fundado em 1944 a colecção Mosquito (que não deverá ser confundida com a célebre publicação portuguesa com o mesmo nome), para a qual desenhou a sua primeira personagem, Pistol Jim, mais tarde continuada em outras publicações.

Três anos mais tarde, é convidado para trabalhar na Argentina, para a mesma editora Molino, e foi em Buenos Aires que viu publicada a sua primeira obra fora de Espanha, na revista Patoruzito. Aí desenhou Drake el Aventurero, com argumento de Alberto Ongaro, e El Indio Suarez, com argumento de Héctor G. Oesterheld. Foi para a mesma revista que concebeu Tucho, de canilla a campeón, depois continuada por Athos Cozzi, de que aqui publicamos um original. Com Alberto Breccia, Hugo Pratt e outros, participou em diversas sessões da Escola Panamericana de Arte.

Em 1955, Carlos Freixas decidiu regressar a Espanha, entrando para a editorial Bruguera (que distribuiu alguns dos seus trabalhos no Reino Unido), de que vale a pena destacar a adaptação da obra de Joseph Conrad Gaspar Ruiz. Para esta editora chegou até a desenhar, já nos anos 80, algumas histórias de terror. Desenhou ainda para publicações nos Estados Unidos, para a Holanda e a Suécia, e para a revista Tina, da Bardon Comics.

Em Portugal, creio que terá sido o Jornal do Cuto a fazer algum eco da sua obra, embora desconheça se terá sido publicada noutros periódicos.

A presente prancha pertence, como acima dissemos, à série dedicada a Tucho, e foi publicada na revista Patoruzito, sendo datada de 1948. As suas dimensões são, aproximadamente, de 35 x 23 cm.





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domingo, janeiro 22, 2006

Vinhetas soltas - 7



Vinheta de Matt Marriott, por Tony Weare



Vinheta de Eagles Over the Western Front, por Bill Lacey



Vinheta de Arthur le Fantôme, por Jean Cézard



Vinheta de Buz Sawyer, por Roy Crane (© King Features Syndicate, 1970)



Vinheta de Rick O'Shay, por Stan Lynde (© The Chicago Tribune, 1969)



Vinheta de Pif le chien, por autor desconhecido



Vinheta de Os Três Mosqueteiros, por Giovaninni (Thriller Picture Library)



Vinheta de L'Isola Felice, por Zamperoni (Albo D'Oro)



Vinheta de Il Fiore Nella Foresta, por Lorenzo De Vita (Topolino Giornale)



Vinheta de The Rustlers, por Charles Morgan (TV Action)



Vinheta de Tucho, por Carlos Freixas(Patoruzito, 1948)



Vinheta de Doudou, Sturmsonne, por Diana

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quarta-feira, janeiro 18, 2006

Matt Marriott

Tony Weare (Reino Unido, 1912-1994) criou a série Matt Marriott para a empresa Associated Newspapers, sendo publicada no jornal London Evening News entre 1955 e 1977, com argumento de Jim Edgar, mas este autor trabalhou igualmente para outras publicações, como a Mickey Mouse Weekly, depois de ter sido desmobilizado do exército, e desenhou outras séries dedicadas aos westerns, como foram o caso de Billy the Kid e Jesse James, ou ainda Jack the Ripper, ou Rockwood, na Look & Learn, trabalhando igualmente para The Daily Mirror e The Daily Express.

Matt Marriott é uma série emblemática para quem gosta dos ambientes do oeste norte-americano. Desenhado a caneta e a tinta da china, com traços finos e contrastes de luz/sombra com zonas de negro, o seu desenho naturalista, os retratos humanos esboçados de uma forma bem realista e crua, em que não havia nenhuma preocupação em desenhar os personagens com uma aparência de estrelas de cinema, a forma como os planos eram desenhados, o que não é nada fácil tendo em consideração a quase obrigatoriedade de desenhar cada tira diária em três vinhetas sucessivas, em que o quotidiano parece estar retratado de uma maneira completamente natural, tudo nesta série contribuiu para a tornar memorável.

Capa do número 1128, série 1, 4ª fase, datado de 6 de Maio de 1971Se ao aspecto artístico juntarmos os argumentos, de um interesse humano, não se limitando a simples perseguições entre heróis e malfeitores, poderemos afirmar que esta série é uma das mais originais e mais interessantes jamais desenhadas sobre a muito explorada temática dos westerns, que na maior parte dos casos obedeceu a estereótipos e uma banalização da figura do herói.

Em Portugal, muitas das suas aventuras foram publicadas no Mundo de Aventuras, grande parte das vezes com uma fraca impressão e com cortes devido à necessidade de adaptar a montagem das tiras diárias às páginas da revista. Mas houve felizmente a possibilidade de contactarmos com a arte de Tony Weare, que terá abandonado o desenho já nos anos 80 para se dedicar à pintura e que, segundo consta, terá deixado um desenho à sua filha em que se auto-retratava afogado com um dos pés fora de água antes de se suicidar aos oitenta e dois anos atirando-se à água na Cornualha.

A tira da minha colecção, aqui apresentada, não está datada, mas apresenta a indicação 6668, a lápis, como frequentemente acontece com as tiras britânicas, que não são datadas, mas sim numeradas. O nome do autor surge inscrito junto ao do personagem. A dimensão da mancha é de 41,8 x 11,7 cm e a do papel de 46 x 15,9 cm, aproximadamente.




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segunda-feira, janeiro 16, 2006

Trading cards

A cartofilia define-se, na língua portuguesa, sobretudo pelo coleccionismo de cartões postais, mas esta actividade pode igualmente envolver outro tipo de cartões.

Em Portugal, existe desde há muito o hábito de colecionar cromos, muito embora a língua ainda não tenha adoptado o termo cromofilia, mas estes carecterizam-se, para além do tamanho, pelo facto de se destinaram a serem colados num álbum, o que não acontece com os chamados trading cards, sobretudo existentes nos Estados Unidos, e cuja origem remonta a cerca de 1887, sendo oferecidos juntamente com maços de cigarros, chás, pastilhas elásticas, etc., focando principalmente figuras do desporto, particularmente do baseball (havendo alguns que chegam a valer autênticas fortunas para os coleccionadores), do cinema ou da televisão, temas da história, e mais recentemente dos comics, quando diversas empresas chegaram à conclusão que os coleccionadores se interessavam por estes objectos e começaram a produzir e a vender colecções de cartões em caixas ou em pequenos envelopes, sortidos, tal como se faz para os cromos, passando então a ser utilizada a designação de trading cards.

Desde a massificação dos comics-books que nos Estados Unidos surgiram indústrias a eles ligadas, tentando tirar partido do seu sucesso junto das crianças e jovens, que, já adultos, se tornariam coleccionadores. Uma dessas indústrias foi precisamente a dos trading cards, frequentemente ligada à das editoras de comics. São já alguns milhares as séries produzidas, algumas actualmente disputadas devido à sua raridade, sobretudo se o seu estado de conservação for particularmente bom. Muitas dessas séries de cartões contêm desenhos feitos especialmente para estes, nunca tendo surgido publicados em revistas. Já numa fase mais recente surgiram os cartões cromados, luminescentes, tri-dimensionais, enfim, um sem-número de novas maneiras de atrair novos coleccionadores. Noutros casos, houve até algumas histórias que eram publicadas no anverso dos cartões, havendo séries temáticas, por autores ou por personagens, de reproduções de capas de revistas ou, tal como a que aqui apresentamos, de autores de comics.

A série de cartões de que podemos ver alguns exemplos foi editada pela Eclipse em 1992, e é intitulada Famous Comic Book Creators Cards, contendo 110 cartões no total, vendidos em caixas de 36 envelopes, cada um contendo 12 cartões. A sua dimensão é de cerca de 8,9 x 6,6 cm, havendo à venda álbuns específicos para aí serem guardados, ou micas plásticas feitas à dimensão dos cartões.




  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  


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