quarta-feira, abril 16, 2008

Freddie Frog ou Coisas do Senhor Sapo

Conhecida em Portugal por Coisas do Senhor Sapo, a série Freddie Frog terá surgido pela primeira vez em Fevereiro de 1954, nas páginas da revista Jack and Jill, integrando igualmente (como a série a que nos referimos anteriormente) aquilo a que os britânicos chamam nursery comics, ou seja, histórias que se destinavam a um público mais infantil. Se na Grã-Bretanha havia revistas que se publicavam com estas características, já em Portugal a tendência era para misturar diversos géneros de histórias numa mesma publicação, tentando assim agradar a um leque mais diverso de leitores. Não nos admiremos, por isso, ao encontrarmos séries como Dan Dare ou Till Ulenspiegel, a que se dedicou, entre outros artistas, o desenhador português Eduardo Teixeira Coelho, mais conhecido por ETC, as aventuras de Wulf o Bretão, intituladas O Preço da Liberdade ou O Vale dos Monstros Perdidos, de Bill Lacey, Cavaleiros Destemidos, de Frank Humphris (Jeff Arnold), todas destinadas a uma audiência mais juvenil, e Coisas do Senhor Sapo (Freddie Frog) ou As façanhas do Zé Lebrão (Harold Hare) numa mesma revista, como foi o caso de O Falcão, na sua primeira série, já que um certo ecletismo marcou esta primeira série da revista, na minha opinião de forma positiva.

Página 24 de «O Falcão» número 24, de 28 de Maio de 1959Estando a cargo de vários artistas, de que vale a pena referir Gordon Hutchings, Sérgio Asteriti, Antonio Lupatelli ou Peter Woolcock, que trabalhou igualmente para a revista Playhour, as aventuras de Freddie Frog eram desenhadas e posteriormente pintadas a aguarela, frequentemente a cores, como se pode verificar na página abaixo, muito embora em Portugal tivessem sido sempre publicadas a preto e branco, ocupando uma ou duas páginas.

Características desta série eram as confusões em que a personagem se via envolvida, que muitas vezes provinham de mal-entendidos e de trapalhadas quase sempre com origem numa vontade de ultrapassar dificuldades e que nem sempre surtiam efeito, dando origem a cenas bastante cómicas, e que invariavelmente terminavam de forma satisfatória, nas quais participavam ainda algumas personagens secundárias, como Terry Tortoise, a tartaruga amiga do sapo, que em Portugal se chamava Mestre Cágado Folião, e outros habitantes da vila da Pasmaceira, como o sr. Texugo, Toupeirinha, ambos lavradores, o Urso Cozinheiro, o sr. Cão Peludo, o sr. Raposo, dono de uma loja de móveis, o sr. Perdigueiro, entre muitas outras.

A página aqui apresentada tem a particularidade de ser a cores, sendo composta por um cabeçalho a toda a largura dos desenhos, e 7 vinhetas isoladas (a última possui o dobro do tamanho das 6 primeiras), todas coladas num cartão grosso. A dimensão do cartão é de 67 x 48,5 cm, aproximadamente. Cada vinheta pequena tem 12,4 x 11,1 cm, e a última possui 25,5 x 11,1 cm. Na parte inferior do cartão podem ler-se as seguintes indicações manuscritas: Page 42, Page 43, Jack & Jill Annual 1983. Os desenhos não estão assinados nem datados.



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