O Falcão - série I - Nº 1
Os primeiros 82 números de O Falcão tiveram um formato substancialmente diferente dos restantes 1286 números. Se esta segunda série se assemelhava às britânicas War Picture Library ou Thriller Picture Library, tendo publicado inúmeras das aventuras que foram editadas por estas revistas de quadradinhos, o mesmo acontecendo com a terceira série, a primeira ter-se-ia inspirado antes na igualmente britânica Look and Learn, com rubricas semelhantes, adaptadas à realidade portuguesa, ilustradas por desenhadores nacionais, pelo menos na sua maioria.
Em grande parte, estes primeiros números de O Falcão contêm material britânico, mas também oriundo dos quadradinhos franco-belgas, como foi exemplo a série Artur, o Fantasma Justiceiro (Arthur le Fantôme Justicier), de Jean Cézard, ou as histórias curtas de Claude Henri. Mas é notória a presença de séries como Wulf, the Briton, aqui intitulada O Preço da Liberdade, estranhando-se que a Censura de antes de 25 de Abril de 1974 tenha deixado «passar» um tal título numa revista para jovens, ou a presença ocasional de outras aventuras, como O Vale dos Monstros Perdidos, da autoria do grande Bill Lacey.
Surgem também histórias curtas, de uma a duas páginas, originárias da Grã-Bretanha, como é o caso de O Sabichão Malaquias e o seu criado Bons Dias, Diabruras do Tiro-Liro (originalmente Pixie Pip). Mas é com Till Ulenspiegel, o Rebelde dos Países Baixos que abre esta edição, uma história desenhada por Eduardo Teixeira Coelho para a editora Vaillant em 1956.
Nas 28 páginas que compõem este número podemos ler diversas rubricas, desde artigos sobre povos africanos de língua portuguesa, sobre desporto e outras curiosidades, um artigo sobre os Vikings, com ilustrações de Teixeira Coelho, ou uma página com passatempos. As páginas a cores alternavam com outras a uma cor ou a preto e branco, nem sempre com boa impressão, e com um critério pouco lógico, já que, nos diversos números, algumas histórias apresentavam num determinado número páginas a cores muito embora noutros surgissem impressas a preto e branco, não havendo uma regularidade neste aspecto, o que veio a prejudicar diversas aventuras de grande qualidade, como foi o caso das histórias do já citado Artur, ou ainda de Dan Dare, que surge a partir do número 14.
Este primeiro número é datado de 18 de Dezembro de 1958, possuindo um formato de cerca de 30,5 cm de altura por 22 de largura. A capa possui um desenho assinado por José Machado. O seu director era Gabriel Ferrão, o editor era M. santa Rita, sendo publicado pelo Grupo de Publicações Periódicas, Lda., com sede em Lisboa.
As miniaturas das imagens foram digitalizadas a 72 dpi e podem ser aumentadas para 150 dpi clicando sobre elas com o rato. A qualidade foi algo prejudicada pelo facto de, na sua grande maioria, os exemplares que possuo se encontrarem encadernados, o que dificultou a digitalização.
Etiquetas: O Falcão, Revistas portuguesas de quadradinhos
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