Arthur le Fantôme
Jean Cézard (França, 1924-1977) foi um dos mais prolíficos autores que os quadradinhos já tiveram. Tendo-se estreado em 1946 com Monsieur Toudou, foi sobretudo após a sua entrada para a editora Vaillant que o seu génio e a sua criatividade se tornaram conhecidas, com Kiwi, mas principalmente com as aventuras de um pequeno fantasma chamado Arthur, que se iniciavam na Idade Média para depois se localizarem em diversos períodos temporais, isto devido à capacidade do personagem de navegar no tempo, com a ajuda de uma invenção de um dos personagens secundários da série.
A primeira aparição de Arthur le Fantôme teve lugar na edição especial de Natal da revista Vaillant, o seu número 449, em 20 de Dezembro de 1953, tendo sido nos anos cinquenta e sessenta que as suas aventuras a cores conheceram maior expressão e popularidade. Alguns dos seus companheiros de aventuras foram o professor Mathanstock, um sábio um tanto ou quanto malucado mas simpático que participou em algumas das aventuras, e ainda o Père passe-passe, igualmente companheiro das suas viagens no tempo e no espaço.
Foi precisamente numa dessas histórias que Arthur foi parar a um estranho planeta onde encontrou os Tristus e os Rigolus, os primeiros caracterizando-se por serem um povo deprimido, de cor verde, que passava o tempo a combater os Rigolus, um povo encarnado e sempre bem disposto, com quem de imediato o fantasma simpatizou, e que mais tarde tiveram as suas próprias aventuras, de forma autónoma. Esta série ganhou logo uma legião de adeptos, dada a facilidade que os Tristus e os Rigolus passavam de um estado a outro, bastando para tal entrarem em depressão ou, pelo contrário, enveredarem pela boa disposição. Mais tarde, Cézard irá ainda criar um pequeno corsário chamado Surplouf e desenhar as suas aventuras paralelamente às dos outros personagens, o que é bem revelador da sua capacidade e ritmo de trabalho, tendo sido um dos autores mais produtivos da editora para a qual trabalhou.
As histórias de Arthur le Fantôme surgiram logo no primeiro número da revista Pif Gadget e chegaram a ser publicadas em álbuns pelas edições Vaillant ou pela editora Vents d’Ouest, tendo ainda saído diversas edições em formato de bolso. Mais recentemente começaram a ser reeditadas pela editora Toth.
Em Portugal, este personagem ganhou alguma notoriedade na primeira série da revista O Falcão, sendo no entanto as suas páginas publicadas tanto a cores como a preto e branco. Mas quem leu essas aventuras por certo delas nunca se esqueceu, nelas se notando o enorme talento de Jean Cézard, tanto no desenho como no argumento.
A sua capacidade de retratar de forma humorística e caricatural (a sua principal característica, muito embora também tivesse utilizado um desenho mais realista) as situações e as épocas, muito particularmente a Idade Média, as situações humorísticas, os vilões das histórias, tanto deste universo perdura ainda nessas histórias, que encantam pelo desenho e pelas peripécias.
A página aqui apresentada terá sido publicada em Pif Gadget número 421, não estando contudo assinada. A dimensão da mancha é de 37,6 por 31,6 cm e a do papel de 50 por 32,5 cm, aproximadamente. Publica-se ainda um pequeno desenho do mesmo personagem, já tardio, e desenhado por Giroud, para a Pif Gadget, de carácter publicitário.
Etiquetas: Arthur le Fantôme, bande dessinée, Cézard, originais
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