segunda-feira, abril 13, 2009

Steve Canyon, de Milton Caniff

Steve Canyon é a segunda série mais conhecida criada por Milton Caniff, que anteriormente já havia obtido um enorme sucesso com Terry and the Pirates (Terry e os Piratas, em Portugal), sobretudo após a colaboração de Noel Sickles, mas que havia abandonado em Dezembro de 1946 por se encontrar descontente com o facto de os direitos pertencerem ao jornal para o qual trabalhava, o Chicago Tribune, não tendo o seu autor qualquer controlo sobre nenhum dos aspectos da série, nem mesmo sob o ponto de vista criativo, tendo então a mesma sido continuada por George Wunder. Já anteriormente havia realizado outros trabalhos, entre os quais Dickie Dare, a que já nos referimos neste blogue, e Male Call, um conjunto de tiras concebidas especificamente para uma publicação destinada aos soldados norte-americanos durante a II Guerra Mundial.

Caniff decidiu então criar uma nova personagem e novas aventuras, dando origem a Steve Canyon, que se estreou em 168 jornais a 13 de Janeiro de 1947, cuja principal personagem, um ex-piloto da força aérea dos Estados Unidos, havia criado uma companhia de transportes aéreos, a Horizons Unlimited, contando com a colaboração de alguns outros veteranos, facto que o levou a envolver-se em aventuras por todo o mundo, particularmente no Oriente, algumas delas muito arriscadas, mas das quais conseguia sair incólume.

Para além do aviador, o autor criou um conjunto de personagens secundárias que abrilhantavam a série, algumas das quais possuindo características muito especiais e que vieram a dar origem a alguns enredos próprios, como Happy Easter, um milionário aventureiro de quem se torna amigo, Caniff exibe uma prancha de Steve Canyon.não faltando personagens femininas que propiciavam envolvimentos amorosos com Canyon, plenos de complicações e de intrigas, de entre as quais virá a surgir a mulher com quem, mais tarde, acabará por casar-se, sem que, com isso, não voltassem a surgir novos problemas e novas aventuras, para além de Copper Calhoon, uma mulher fatal que se tornará sua cliente (e que era uma recriação de Dragon Lady, uma das personagens mais famosas de Terry and the Pirates), de que era secretária Summer Olson, a sua futura mulher.

Caniff a desenhar Copper Calhoon com base numa modelo.Por altura da guerra da Coreia, Steve Canyon voltará a integrar-se na força aérea, vindo posteriormente a comandar uma base aérea. A Guerra Fria acabou por influenciar o argumento, em que muitas das aventuras espelhavam esta preocupação de Caniff, que era profundamente patriótico, levando-o a não interpretar bem o sentimento do povo norte-americano face à guerra do Vietname, o que lhe provocou alguns dissabores e uma quebra de popularidade da série. Mas, para além dos argumentos, foi o seu estilo que se tornou inconfundível, possuindo uma enorme beleza gráfica, com grandes contrastes entre branco e negro, uma aplicação magistral das sombras, tendo o seu autor ficado conhecido com o Rembrandt dos comics.

Imagem do DVD da série televisiva sobre as aventuras de Steve Canyon.E se Steve Canyon não chegou a influenciar os restantes meios de comunicação como Terry, ainda assim deu origem a uma série televisiva, entre 1958 e 1959, com 34 episódios interpretados por Dean Fredericks, romances, algumas publicações em revistas, nomeadamente pela Harvey Comics (em 1948) e pela Dell Comics (entre 1954 e 1959). E a cidade de Idaho Springs, no estado do Colorado, ergueu uma estátua da personagem, dando até o seu nome a um vale montanhoso das proximidades.

Tendo terminado a sua publicação a 4 de Junho de 1988, pouco tempo após a morte de Caniff, foram muitas as reedições das aventuras de Steve Canyon, desde as revistas The Menomonee Falls Gazette à Comics Revue. A Kitchen Sink Press editou uma revista com o título da série, tendo sido publicados 24 números (exceptuando os especiais), contendo as tiras diárias e páginas dominicais desde 1947 até 1956. Em 2006, a série voltou a ser reeditada desde o seu início pela editora Checker Book Publishing Group, em volumes de cerca de 150 páginas, que abrangem normalmente um ano de publicação.

Capa do primeiro número de «O Mundo de Aventuras», com «Luis Ciclón».Em Portugal, foi sobretudo a revista O Mundo de Aventuras que divulgou estas aventuras, mas o nome da principal personagem, bem como da série, foi alterado para Luis Ciclón, numa cópia da designação espanhola (por vezes aportuguesado em Luís Ciclone), tendo surgido logo no primeiro número da revista, na sua primeira série.

A tira original aqui apresentada este assinada pelo autor, nela surgindo a data de 12 de Maio de 1952 e o título «No two-way dismay». O papel está um pouco degradado e o desenho apresenta algumas manchas, provocadas sobretudo por cola, por exemplo na terceira vinheta, onde terá sido colado um balão que se perdeu. A tira publicada, com a legenda perdida, pode ser vista abaixo da reprodução do original. Contudo, não encontrei nenhuma referência a esta alteração.

A dimensão da mancha é de 55por 15,1 cm e a do papel é de 58,6 por 18,4 cm, aproximadamente. O © é da Field Entreprises, Inc. A resolução da imagem é de 200 dpi, podendo ser aumentada através de um clique para 300 dpi.




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