Oaky Doaks, por R. B. Fuller
Prince Valiant (o Príncipe Valente), de Hal Foster, não foi a única – nem a primeira – série norte-americana cuja principal personagem era um cavaleiro medieval. Na verdade, esse papel coube a Oaky Doaks, série surgida como tira diária a 17 de Junho de 1935 através da distribuição da Associated Press, tendo sido publicada também em página dominical a partir de 1941.
Creio que é desconhecida e inédita em Portugal, ao contrário do Príncipe Valente, muito embora tenha tido enorme popularidade nos Estados Unidos, sobretudo nas décadas de 1930, 1940 e 1950, publicando-se durante mais de duas dezenas e meia de anos, terminando em 1961, após o encerramento do departamento de comics da referida agência, que passou a dedicar-se unicamente a assuntos noticiosos.
Na sua origem está o argumentista William (Bill) McCleery, e o desenhador Ralph Briggs Fuller (R. B. Fuller), tendo este último sido igualmente responsável pelos argumentos pouco tempo depois da estreia da série. O primeiro desenhador encarregado da página dominical foi Bill Dyer, mas Fuller acabou por encarregar-se igualmente desta tarefa.
R. B. Fuller, nascido no estado de Michigan em 1890 e falecido em 1963, apenas dois anos após o fim de Oaky Doaks, acreditava que os comics tinham que ter um carácter cómico, como o próprio nome indicava, daí o aspecto caricatural dos desenhos e o facto de os argumentos apresentarem situações algo absurdas, envolvendo um pequeno rei que não reinava e que funcionava mais como companheiro da principal personagem, que não passava de um camponês que criara a sua armadura a partir de bocados de metal e que acabava por vingar nas cortes medievais, montando um cavalo que anteriormente servira para puxar um arado, uma situação muito distante dos ambientes glamorosos que envolviam uma boa parte dos cenários da história de Foster. No entanto, as suas aventuras giravam à volta de combates contra ameaçadores dragões ou horríveis feiticeiros, salvando donzelas ou princesas raptadas ou presas contra a sua vontade, tendo chegado a casar com uma delas e, perto do final da série, a ter um filho. A principal personagem viajou bastante ao longo dos anos, foi raptada por Vikings, visitou Camelot, a mítica cidade do Rei Artur, chegou à América, onde até se envolveu com índios.
Oaky Doaks foi reeditada na revista Famous Funnies, estreada em 1934, durante grande parte da existência do periódico, tendo tido várias capas dedicadas à série. Em 1944 foi publicado um único número de um comic-book com o seu nome. Tanto quando consegui descobrir, foram as únicas reedições que ocorreram.
A tira dominical aqui apresentada não possui o ano de publicação, sendo provavelmente da década de 1940, mas contém a indicação de dia e mês: 17 de Setembro. Surge ainda o nome da agência, a Wide World Features, estando assinada pelo autor na última vinheta. A lápis, no canto superior direito, existe a inscrição THE CANDY KID. A dimensão da mancha é de 50,5 por 12,7 cm e a do papel é de 56 por 17,8 cm, aproximadamente. Existe alguma sujidade nos desenhos, embora não os afecte grandemente.
Etiquetas: comics norte-americanos, Oaky Doaks, originais, R.B.Fuller
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