The Phantom, o Fantasma

The Phantom, que em português conhecemos como Fantasma, foi o primeiro personagem dos quadradinhos a utilizar uma identidade secreta e a usar uma vestimenta especial, que lhe conferia um aspecto muito característico, tendo sido criado pelo escritor Lee Falk, igualmente autor de Mandrake, a que aqui já nos referimos, e feito a sua estreia a 17 de Fevereiro de 1936 para a King Features Syndicate, surgindo em página dominical a partir de 1939.

A série foi ganhando contornos cada vez mais pormenorizados, nela sendo introduzidas diversas personagens secundárias, a tradição familiar e a passagem de testemunho entre gerações (a actual será a 21ª), que tornou o personagem imortal, e um ambiente que, embora um tanto ou quanto absurdo face à ligação à realidade e à localização geográfica da casa do Fantasma, bem como o seu cavalo Herói e o seu cão/lobo Diabo, grandemente contribuiram para o seu sucesso e para o aparecimento de uma enorme legião de fãs. Mais tarde veio a casar com a sua namorada de sempre, Diana Palmer, tendo dessa união nascido dois gémeos.

De entre os diversos artistas que desenharam a série, merecerá destaque o primeiro a fazê-lo, Ray Moore, mais tarde substituído por Wilson McCoy, tendo também Bill Lignante tomado conta dos desenhos e, a partir de 1963, foi Sy Barry quem dela se encarregou durante cerca de três décadas. Mais recentemente, um assistente de Sy Barry, George Olesen, tomou conta dos desenhos, bem como Graham Nolan, sendo os argumentos escritos por Lee Falk durante décadas, e o seu nome ainda figura nas tiras, muito embora tenha falecido em 1999.

A enorme popularidade de The Phantom levou a que tivessem sido produzidas diversas versões cinematográficas, sendo de destacar 15 episódios numa produção de 1943 realizada por B. Reeves Eason, e interpretada por Tom Tyler e Jeanne Bates, uma série televisiva em 1961, realizada por Harold Daniels, com Roger Creed, Paulette Godard e Lon Chaney Jr, entre outros, e uma longa-metragem em 1996, dirigida por Simon Wincer, com Billy Zane, Kristy Swanson, Treat Williams e Catherine Zeta-Jones nos principais papéis, havendo que salientar, no entanto, que nenhuma destas versões chegou a atingir o sucesso e a igualar a magia da série desenhada.

Ao longo dos anos, o Fantasma surgiu em inúmeras publicações e reedições nos Estados Unidos e noutros países, incluindo Portugal e o Brasil, onde foi publicado em revista própria durante longos anos. No nosso país, foi principalmente o Mundo de Aventuras que o divulgou e popularizou, sofrendo, como habitualmente, muitas mutilações por acção da montagem e por força da censura no período anterior a 1974, havendo no entanto algumas publicações inteiramente dedicadas ao herói.

Ainda hoje se publicam as aventuras deste personagem, pela mão de Paul Ryan (tiras diárias) e Graham Nolan (páginas dominicais), com argumentos de Tony DePaul.

A tira aqui apresentada está datada de 16 de Abril de 1998, não apresentando assinaturas de autor, muito embora continue a ostentar o nome de Falk. No entanto, o desenho a lápis é de Olesen e a passagem para tinta é de Keith Williams. A dimensão da mancha é de 33,2 x 9,8 cm e a do papel de 38,3 x 14,9 cm, aproximadamente.