Captain Condor

Um dos maiores problemas com que se confronta quem pretende escrever sobre algumas séries de quadradinhos é a falta de informação sobre os autores e desenhadores que se dedicam ou dedicaram a esta expressão artística. Muito embora se trate de uma actividade relativamente recente, o facto de estar frequentemente ligada a um meio de expressão de massas prejudica a recolha de dados e durante muitos anos as editoras e os próprios autores não lhe deram a devida importância. Isto constitui um sério obstáculo a que, em séries onde houve várias mãos, seja fácil encontrar dados suficientes e rigorosos sobre quais os autores que estiveram envolvidos e em que períodos. Salvo raras excepções. Já anteriormente nos havíamos referido a esta dificuldade a propósito da postagem sobre Scorchy Smith, mas a generalidade dos comics norte-americanos e britânicos foi bastante prolífica em situações como esta.

Captain Condor é um desses casos. Sabe-se que a série se estreou no primeiro número da revista Lion, a 23 de Fevereiro de 1952, tendo durado até Novembro de 1964, com argumentos de Frank S. Pepper (que também criou um dos mais conhecidos heróis dos quadradinhos britânicos, o futebolista Roy of the Rovers, a que esperamos vir a referir-nos mais tarde) e desenhos de Ronald Forbes. No entanto, durante os doze anos da sua existência, teve diversos artistas encarregados de dar forma às páginas que relatavam as suas aventuras, desde Keith Watson, mais conhecido por ter sido colaborador de Frank Hampson em Dan Dare, mas também Geoff Campion, Reg Bunn, John Gillatt, Neville Wilson ou Brian Lewis, e não sabemos se esta lista se encontra completa nem em que anos ou meses tiveram a seu cargo os desenhos destas aventuras.

A acção de Captain Condor tem lugar no ano 3000, tendo sido claramente inspirada nas aventuras de ficção científica de quadradinhos norte-americanas como Flash Gordon ou Buck Rogers, rivalizando com Dan Dare, que no entanto possuía maior qualidade e granjeara uma popularidade mais alargada. Durante este período, a Terra encontrava-se sujeita a um regime ditatorial, e Condor havia sido banido para Titã, uma das luas do planeta Saturno, por se ter recusado a transportar escravos, sendo as suas aventura uma tentativa de se opor a este regime e libertar o nosso planeta do seu jugo. Muito embora a duração desta série tivesse sido reduzida face a muitas outras, conseguiu alcançar um significativo número de leitores e fãs, tendo sido editados diversos objectos a ela dedicados, de entre as quais aqui mostramos uma carrinha pela Corgi, de que possuímos um exemplar, que aqui mostramos.

A página aqui apresentada foi publicada a 7 de Dezembro de 1963, não estando assinada, não sendo por isso possível indicar a sua autoria. A dimensão da mancha é de 50,5 por 38,5 cm e a do papel é de 54,5 por 41,6 cm, aproximadamente.