sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Little Orphan Annie

Harold Gray criou Little Orphan Annie em 1924, tendo a tira feito a sua primeira aparição a 5 de Agosto desse ano, baseando-se, para isso, na personagem do poema de James Whitcomb Riley Little Orphant Annie.

Annie é uma rapariguinha com cabelos ruivos e encaracolados, e uns olhos redondos que foram desenhados por Gray como círculos vazios, a qual foi recolhida por um milionário, "Daddy" Oliver Warbucks, cujos inimigos deste influente capitalista tentavam por todos os meios possíveis raptar ou magoar Annie, sendo a intriga da série praticamente dedicada a esses esforços e às subsequentes peripécias. Annie travou conhecimento com políticos corruptos, gangsters, lutou contra os nazis, e também benfeitores e gente que a ajudava desinteressadamente, havendo ainda elementos sobrenaturais, desde fantasmas a gnomos.

A partir desta série e da sua popularidade, realizaram-se diversas versões em cinema, sendo a primeira de 1938, dirigida por Ben Holmes, e a segunda, mais recente, de 1982, realizada por John Huston, a partir do espectáculo musical.

Após a morte de Gray, em 1968, a série decaiu de qualidade, mas foi retomada por Leonard Starr em 1979, na sequência do êxito do musical da Broadway, com o título Annie.

Actualmente a série continua a ser publicada, estando a cargo de Ted Slampyak e Jay Maeder e existem diversas reedições da obra de Harold Gray, ainda disponíveis.

A tira que aqui apresentamos está datada de 2/1 de 1969 e não apresenta assinatura. A dimensão da mancha é de 50,2 x 15 cm e a do papel de 58,5 x 18,8 cm, aproximadamente.

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segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Um autor português: Oskar

Fernando Óscar Pinto Lobo, Oskar, nasceu em Goa em 1913 e veio a falecer em Lisboa em 1995. Licenciou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde estudou pintura. Para além de ter colaborado na revista Ilustração, publicou histórias aos quadradinhos na revista ABC-Zinho, nomeadamente com os personagens Tom Migas e o seu cavalo Cara Linda. Foi ainda colaborador no Sempre Fixe (1932), em O Senhor Doutor (1934), no Rim-Tim-Tim (1939) e O Faísca (1943). Depois dessa data deixou de desenhar histórias aos quadradinhos, mas ficaram célebres as aventuras da personagem a que acima nos referimos, bem como aquelas em que parodiava estrelas de cinema.

O desenho que aqui publicamos foi feito por Oskar para a Tertúlia BD, e está datado de 4 de Agosto de 1987. Foi feito a caneta preta sobre papel branco, e as suas dimensões são as de uma folha A4.




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terça-feira, fevereiro 15, 2005

Três pequenas revistas


Há revistas de quadradinhos de que muita gente se recorda. São as que marcaram gerações e, de maior ou menor qualidade, deixaram no ar um resto de saudade quando as revemos e a elas conseguimos, ainda nos dias de hoje, ter acesso. Marcaram muitas vezes uma geração, e a nostalgia de as relermos por vezes deixa alguma tristeza.

Recordo aqui três delas, que, pelo seu tamanho, fizeram alguma história. Naturalmente que precisamente por isso muitas das histórias aí publicadas sofreram cortes e re-arranjos na montagem das vinhetas, para além do que já naturalmente sofriam por acção da censura.

Capa do primeiro número de A FormigaA primeira não tinha existência autónoma. A Formiga era um suplemento da revista O Mosquito, a qual era dirigida a rapazes e editada pelas Edições «O Mosquito», e a que estiveram ligados nomes como António Cardoso Lopes, Raúl Correia, Eduardo Teixeira Coelho, entre outros. Pelo contrário, este suplemento tinha 8 páginas apenas, era dirigido por uma Tia Nita, e continha textos principalmente dirigidos às meninas, alguns passatempos, histórias infantis ou em episódios, ao estilo folhetinesco. Em quadradinhos, apresentava as aventuras de Anita Pequenita, de Jesus Blasco. A impressão era feita a duas cores, e as suas dimensões eram de cerca de 14,5 x 10,5 cm nos primeiros 47 números. Terão sido publicados cerca de 80 números, com o primeiro datado de 1943 e último possivelmente de 1945.

Capa do fascículo 1 do volume ICapa do fascículo 10 do volume LXXXVIIIA segunda é o Condor Popular. Publicado para ser encadernado em volumes, para os quais foram também postas à venda as respectivas capas, era editado por Aguiar & Dias e distribuido pela Agência Portuguesa de Revistas. Cada volume era composto por dez fascículos, tendo o primeiro número do volume I sido publicado a 1 de Abril de 1951 e o último, o número 10 do volume LXXXVIII, a 1 de Abril de 1972. A periodicidade era semanal, saindo aos sábados. A ela estiveram ligados José de Oliveira Cosme e Mário de Aguiar, sendo as séries sobretudo norte-americanas, provenientes das tiras e páginas semanais dos jornais daquele país. O número de páginas de cada número era de 32, incluindo as capas, que saíam a uma cor, sendo o miolo inteiramente a preto e branco ou à mesma cor da capa, alternadamente. As dimensões eram idênticas às de A Formiga, ou seja, à volta de 14,5 x 10,5 cm. Houve ainda uma nova série, mais tarde, já com capa a várias cores e com outras dimensões.

Capa do número 1Capa do número 568A terceira publicação é Ciclone. Com as mesmas dimensões do Condor Popular, e o interior semelhante a este, as suas características eram em tudo idênticas, excepto o facto de não ser publicado em fascículos que contituíssem volumes, tendo assim uma numeração seguida. Foram editados 568 números, datando o primeiro de 1961 e o último de 1972. Estas revistas não apresentavam datação, pelo que é difícil estabelecer, com algum rigor, quando eram publicadas. Mário de Aguiar foi igualmente director desta revista, e a sua edição pertencia igualmente a Aguiar & Dias, Lda. As séries divulgadas tinham as mesmas características do Condor Popular.

Existe um site português que constitui uma invejável base de dados sobre as publicações portuguesas (e não só), e que também vende algumas revistas e álbuns. Trata-se de Internet Comics Database - Portugal, a que por diversas vezes tenho recorrido e para o qual tenho estabelecido algumas ligações. Os nossos parabéns e agradecimentos por esse trabalho.

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segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Bugs Bunny

Bugs Bunny é um dos mais populares personagens de sempre do cinema de animação. Rebelde, brincalhão, cheio de auto-confiança, capaz das maiores velhacarias só por desforra, mas nunca deixando de o fazer com imenso humor e com o maior desplante possível, não colocava de parte disfarçar-se seja de quem for para levar a sua avante. E consegue-o invariavelmente, ridicularizando adversários ou inimigos, para isso sendo capaz de utilizar uma invejável capacidade inventiva e uma inteligência ao alcance de poucos.

Bugs Bunny surgiu a partir do filme de desenhos animados com as personagens Daffy Duck e Porky Pig intitulado Porky's Duck Hunt, quando Tex Avery entrou ao serviço da Warner Bros. e aí criou aqueles dois personagens e contribuiu decisivamente para a personalidade de Bugs Bunny, que no entanto no citado filme era mais pequeno, totalmente branco e tinha um aspecto mais assemelhado ao coelho que realmente era, embora mais tarde se tornasse mais humanizado, em 1940 e no filme A Wild Hare, também dirigido por Tex Avery, onde pronunciou para Elmer Fudd a sua famosa frase «Eh, what's up, Doc?» enquanto roía uma cenoura. Conta-se que esta frase foi uma bucha metida por Mel Blanc, a voz de grande parte dos personagens da Warner Bros., tal como terá igualmente criado a famosa expresssão de Tweety Bird I tawt I taw a putty tat.

Bugs Bunny veio a ganhar um óscar com o filme Knighty Knight Bugs em 1958, sob a direcção de Friz Freleng, e terá entrado em mais de 175 curtas-metragens de animação, e mais alguns filmes de longa-metragem, tendo mais recentemente sido cabeça de cartaz no filme Space Jam, de 1996, juntamente com o jogador de basquetebol norte-americano Michael Jordan. Os filmes de animação da Warner Bros. são vulgarmente conhecidos como Looney Tunes.

Muitos foram os nomes de desenhadores e de realizadores de animação ligados à carreira de Bugs Bunny, mas é importante aqui referir Tex Avery, Friz Freleng, Tom McKimson e Ralph Heimdahl, que foi um dos mais destacados desenhadores das tiras de Bugs Bunny, estando ligado a estas desde 1948 e prolongando a sua actividade ate aos anos 70. Nunca esquecendo a «voz» de Mel Blanc.

Revista brasileira da EBAL, Mindinho nº 28, de Maio de 1957.Em Portugal, Bugs Bunny ficou também conhecido como Pernalonga, por influência brasileira. Não encontramos de facto publicações que tenham dado o devido realce a este personagem em Portugal, para além de ocasionais aparições em diversas revistas, havendo memória de uma publicação da Agência Portuguesa de Revistas intitulada Bugs Bunny, como era conhecido no nosso país. No Brasil, que exportava para Portugal as revistas com estes personagens, encontramo-lo em Mindinho, da Editora EBAL, e em revista própria, da mesma editora, tendo ainda havido outras publicações de outras editoras a ele dedicadas.

A tira aqui apresentada está datada de 7/9 de 1973 e assinada Ralph Heimdahl e Al Stoffel. A dimensão da mancha é de 50,5 x 14,8 cm e a do papel 54,5 x 15,3 cm, aproximadamente.



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sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Harold Teen


Harold Teen foi a primeira série de tiras diárias que se debruçou sobre personagens adolescentes. Criada em 1919 por Carl Ed, veio preencher um vazio até então existente no panorama dos comics norte-americanos. Nessa altura era comum que um jovem começasse a trabalhar aos 14 anos de idade, em vez de aproveitar essa época única na vida de todos nós que é a adolescência, o que infelizmente ainda acontece com uma frequência que todos desejaríamos que não tivesse lugar.

Ed teve esta ideia ao verificar que, no panorama existente na altura, não havia uma única série que se dabatesse com estes problemas e esta faixa etária, com uma linguagem específica e todos os «chavões» da gíria adolescente, e pelo meio contribuiu igualmente para popularizar algumas modas e para tocar nos problemas generacionais. A série desenvolveu-se ao longo de 40 anos, surgindo em todo o processo uma boa quantidade de personagens que vieram constituir um sucesso para a agência em que Carl Ed trabalhava, The Chicago Tribune.

O autor já antes desenhara séries como Big Ben e Luke McGuke, mas foi com Harold Teen que conheceu o sucesso. A tira começou a ser publicada a 14 de Maio de 1919 e teve o seu fim em 1959, com a súbita doença e subsequente morte do seu autor. Aparentemente, Ed desenhava praticamente logo a tinta, com poucos traços prévios a lápis.

Não conhecemos reedições desta série, que em Portugal, ao que saibamos, nunca foi publicada. A tira que aqui apresentamos está datada de 20/5 de 1957, e nela figuram dois dos principais personagens: Shad e Gussie. Está assinada na última vinheta e a dimensão da mancha é de 41,5 x 12,6 cm e a do papel 42,8 x 15,4 cm, aproximadamente.




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quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Tom & Jerry


Tom e Jerry nasceram da dupla Hanna-Barbera, ou seja, William Denby Hanna (1910-2001) e Joseph Roland Barbera (1911-), tendo feito a sua primeira aparição como personagens de desenhos animados em 1939, no filme Puss Gets the Boot, fazendo um enorme sucesso, ao ponto de a dupla Hanna-Barbera se ter tornado profissionalmente inseparável, dirigindo mais de duzentas curtas-metragens de animação com estes personagens, chegando até a ganhar óscares.

Ambos trabalhavam para a equipa de animação da MGM, só formando a sua produtora independente em 1957, a Hanna-Barbera Productions, que produziu curtas-metragens para o cinema e a televisão, criando êxitos como Huckleberry Hound, Yogi Bear ou The Flinstones.

O número 97 da revista Papai Noel da EBAL, de 1965Tom e Jerry constituíram uma dupla memorável e o contraste entre eles foi a chave do sucesso: Tom era um gato grande e cinzento com um olhar feroz, que procurava a todo o momento caçar Jerry, um pequeno rato castanho com um ar cândido, destruindo toda a casa durante o processo, para no final nunca conseguir definitivamente dar-lhe o destino que pretendia: o seu estômago. Ambos possuem traços de personalidade bastante distintos, o que dá origem a uma série de contrastes e de histórias em que o choque entre ambas se torna evidente.

Embora nascidos para o cinema, Tom e Jerry tiveram o seu próprio comic-book mensal durante os anos 40, continuando até aos anos 60 e 70, deixando de publicar-se em 1982. Mais tarde viria a ressurgir ocasionalmente e também sob a forma de uma parelha Tom e Jerry infantil.

Mais uma vez foram as publicações brasileiras que divulgaram mais os quadradinhos destes personagens entre nós, com publicações com o seu nome ou intituladas Papai Noel e editadas pela EBAL. Em publicações portuguesas, as suas aparições foram esporádicas.

As tiras diárias nunca tiveram o sucesso dos filmes de animação e funcionam em geral como piadas independentes, numa única tira. Foram desenhadas por muitos artistas, nunca tendo propriamente havido uma figura de destaque.

As tiras aqui representadas estão datadas de 14/5 e 27/5 de 1983, estando a segunda assinada Jarvis. A dimensão da mancha é idêntica em ambas, sendo de 47 x 14 cm. A dimensão do papel é de 47,8 x 16,6 cm na primeira e de 49,8 x 16,5 cm na segunda, aproximadamente.




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segunda-feira, fevereiro 07, 2005

The Lone Ranger


Lone Ranger, mais conhecido entre nós como Zorro, ou como O Homem da Mascarilha, ou ainda O Cavaleiro Solitário (este último lembra-me a referência feita a este epíteto em outra história, a Mafalda, de Quino), foi um personagem criado pelo escritor Fran StrykerFran Stryker, que se tornou popular graças aos episódios transmitidos através de uma pequena estação de rádio, a WXYZ, de Detroit, nos Estados Unidos, a partir de Janeiro de 1933. Mais tarde surgiu em televisão e no cinema, tendo os actores que encarnaram a personagem, entre os quais vale a pena destacar Clayton Moore, adquirido enorme popularidade.

O primeiro número do «comic-book» dedicado a The Lone Ranger, de 1938A história do personagem tem origem nos Texas Rangers, a que John Reid pertencia, juntamente com o seu irmão Dan, tendo ambos sido emboscados por criminosos por volta de 1850. O único sobrevivente, John Reid, foi tratado pelo índio Tonto, que ele havia salvo da morte ainda quando eram ambos jovens, passando a assumir a nova identidade e usando uma máscara feita a partir do colete do seu irmão. Assim começaram as suas aventuras, e as cavalgadas do Lone Ranger e do seu amigo Tonto, montando os respectivos cavalos, Silver e Scout, o primeiro dos quais se tornou muito conhecido pela frase «Hi-Yo Silver!» ou «Silver, avante!» em português.

Charles Flanders, 1907-1973Foi Charles Flanders quem, em 1939, criou a série desenhada, partindo do personagem de Fran Stryker. Flanders, nascido em 1907 e falecido em 1973, havia já adquirido alguma experiência como desenhador em Bufallo e frequentado uma escola de arte quando se mudou para Nova Iorque em 1928 e entrou para o serviço da agência King Features Syndicate. Foi assistente em diversas séries, desde Tim Tyler's Luck, , conhecido entre nós como Tim Tyler, até Bringing Up Father, a que já nos referimos anteriormente, Secret Agent X-9, e também se tornou notado pela série King of the Royal Mounted, Rei da Polícia Montada. A única série inteiramente concebida por si foi Robin Hood, uma página dominical que não conheceu grande sucesso. No entanto, as aventuras de The Lone Ranger ainda hoje ser publicam.

Entre nós, foram principalmente as publicações brasileiras que deram destaque a Zorro, com edições próprias pela editora EBAL, já que o personagem homónimo publicado entre nós, e que chegou a ter uma revista com esse nome, nada tinha que ver com o herói desenhado por Flanders.

As pranchas que aqui apresentamos estão datadas de 14 e 15/7 de 1971, e estão assinadas Flanders+Newman. As dimensões são idênticas em ambas, sendo a da mancha de 46 x 13 cm e a do papel de 50 x 17,3 cm, aproximadamente.





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domingo, fevereiro 06, 2005

Nightwing


Nightwing, surgido em Fevereiro de 1984 na revista New Teen Titans nº 39, é um personagem que nasceu ao lado de Batman, em Detective Comics nº 38, na pele do seu assistente Robin, já que o jovem havia sido colocado sob a custódia de Bruce Wayne (Batman) até atingir a maioridade, tendo acabado por sido adoptado por este, vivendo ambos na cidade de Gotham e este mais tarde nas suas redondezas, mais concretamente Blüdhaven.

Em simultâneo com o papel de Robin, Richard (Dick) Grayson, mais tarde conhecido como Nightwing, tornou-se o líder de um grupo intitulado The New Teen Titans, juntamente com outros jovens superdotados, tais como Wonder Girl, Kid Flash, Aqualad e Speedy, nele aplicando, tal como o fizera no papel de Robin, as técnicas aprendidas com Batman, muito embora já possuísse algumas capacidades atléticas dada a sua participação em actividades circenses desde bastante novo, juntamente com os respectivos pais, que constituíam os Flying Graysons, mortos durante um espectáculo devido à acção de um vilão, o que foi investigado por Batman, que assistia à actuação enquanto Bruce Wayne, e os acabou por unir.

Foi após uma aventura em que Dick quase morria às mãos de The Joker, que Batman decidiu não mais colocar em risco a vida do jovem, o que levou à sua separação e à nova identidade de Dick, Nightwing. Fez estudos em criminologia e psicologia, tornando-se polícia. Mas as suas actividades nocturnas como vigilante foram o que o tornaram herói, em que aplicou o seu treino em artes marciais, já que não possuía quisquer super-poderes. Mais tarde constituiu um novo grupo de Teen Titans, com Kid Flash, Wonder Girl, Changeling, Starfire, Raven e Cyborg.

Capa de Nightwing 80-Page Giant, de Dezembro de 2000Foram diversos os desenhadores que se entregaram à tarefa de desenhar Nightwing, bem como os argumentistas, de que aqui destacamos Chuck Dixon.

No episódio Hella, de que aqui apresentamos duas páginas, com reprodução dos respectivos originais a preto e branco, e apenas no quarto capítulo, «Flashpoint», a que as mesmas pertencem, participaram Mike Collins, Manuel Gutierrez, Sean Parsons, John Stanisci, Wayne Faucher e Steve Bird, o que demonstra claramente o funcionamento das «fábricas» de concepção dos «comic-books» norte-americanas, muito longe da concepção europeia do único autor ou da parelha argumentista-desenhador, que também muitas vezes encontramos nas tiras diárias e nas páginas dominicais.

As duas pranchas originais são relativas às páginas 55 e 56 de Nightwing 80-Page Giant, intitulado Hella, e datado de Dezembro de 2000, editado pela DC.

Os originais têm as seguintes dimensões: a mancha mede cerca de 40,3 x 26,5 cm e o papel, que é estandardizado da DC para os seus autores, mede 43,2 x 28,3 cm, aproximadamente.










Página 55 Prancha original da página 55
Página 56 Prancha original da página 56


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sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Bringing Up Father

JiggsBringing Up Father, uma série conhecida como Pafúncio no Brasil e em Portugal, é uma das mais populares e com maior longevidade de sempre nos Estados Unidos. Idealizada por George McManus, relatava a vida e as peripédias de Jiggs, um norte-americano de origem irlandesa, antigo operário da construção civil, e da sua mulher Maggie, uma ex-lavadeira, que subitamente enriqueceram graças a um bilhete de lotaria.

George McManus, nascido em 1882 ou 1883 e falecido em 1954, tinha já antes concebido séries como Nibsy the Newsboy in Funny Fairyland, Cheerful Charley, Snoozer, The Newlyweds and Their Baby antes de conceber Jiggs e as suas aventuras. Mas desde os 16 anos, altura em que conseguira emprego no The St. Louis Republic, que McManus desenhava enforcamentos, assassinatos e suicídios para ilustrar o jornal local. Em 1904 mudou-se para Nova Iorque, à procura de trabalho num dos jornais da cidade, tendo então conseguido entrar para o quadro de pessoal do New York World.

George McManus, 1882/3(?)-1954Em 1912, graças à fama obtida com a série The Newlyweds, foi contratado pelo New York American, abandonando a série para o desenhador A. Carmichael e dando-lhe continuidade no American com o título Their Only Child. Aí lançou novas séries, mas foi com Bringing Up Father que atingiu o seu mais alto índice de popularidade e de sucesso. Embora tivese realizado algumas tiras desde 1911, só a 2 de Janeiro de 1913 é que Bringing Up Father assumiu este título, passando a ser publicada como tira diária em 1916 e como página dominical a 14 de Abril de 1918.

A sua inspiração para a criação da série McManus foi bebê-la a uma comédia musical dos seus tempos de juventude, onde tanto a mulher como a filha do novo-rico subitamente se tornavam snobs e se envergonhavam da naturalidade do respectivo marido e pai. Foi assim que Maggie, a mulher de Jiggs, e a sua bela filha Nora, embaraçadas com as atitudes deste, se viram constrangidas a «educá-lo» e «elevá-lo» socialmente (bring up assume aqui este sentido na língua inglesa), já que as preocupações sociais de Jiggs se limitam a empanturrar-se de comida no restaurante do bairro, em noitadas e jogatanas com os amigos do velho bairro onde viviam (nunca se sentia muito à vontade com a sua cartola e as suas polainas), dando origem a uma quantidade de peripécias e de choques culturais, bem como de loiça partida na cabeça de Jiggs, embora a série não se limite apenas aos conflitos entre marido e mulher.

Em 1930, Zeke Zeckley assume o lugar de assistente de McManus, que desempenhou até à sua morte, em 1954. Mas a King Features Syndicate não optou por este experimentado assistente e colaborador de McManus para dar continuidade à série, optando antes pelo desenhador Vernon Greene. Este havia já desenhado as aventuras de The Shadow, antes da II Guerra Mundial, e havia também colaborado noutras séries, e assumiu a tarefa das tiras até à sua morte, em 1965, ficando as páginas dominicais a cargo de Frank Fletcher e do argumentista Bill Kavanaugh. Após a morte de Greene, as tiras diárias de Bringin Up Father passaram para as mãos de Hal Campagna até 1980, e posteriormente para Frank Johnson. O declínio da série foi evidente, nunca mais tendo tido o mesmo encanto desde que McManus deixara de as desenhar, a que também não foi alheio o facto de as impressões das tiras e das páginas virem gradualmente a diminuir de tamanho, perdendo-se todo o pormenor do desenho. Por fim, a 28 de Maio de 2000, Bringing Up Father foi completamente abandonada.

Em Portugal, as aventuras de Pafúncio tiveram alguma expressão, com publicação em algumas revistas e jornais, muito embora longe da dimensão que mereciam. Aliás, resta muito trabalho por fazer nesta área, nomeadamente um índice dos personagens e das publicações em que surgiram ao longo dos anos, tarefa certamente ciclópica para quem se queira dedicar à investigação neste domínio.

A tira que aqui apresentamos está datada de 12/9 de 1960 e assinada Vern Greene. A dimensão da mancha é de 45,9 x 13 cm e a do papel de 50,8 x 16,9 cm, aproximadamente.








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quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Luluzinha, aliás Little Lulu

Little Lulu ficou mais conhecida em Portugal como Luluzinha, por influência brasileira, uma vez que as suas aventuras não tiveram eco na edição portuguesa. E, tal como a Luluzinha, também o Bolinha (Tubby no original), e o seu clube «Menina não entra», que, nos Estados Unidos, chegou a ser mote para as lutas feministas, veja-se só o impacto que os quadradinhos não têm por lá...

A sua autora, uma das pioneiras desenhadores norte-americanas, foi Marge Henderson Buell, mais conhecida como Marge.

Marge Henderson Buell, 1904-1993A data da criação de Little Lulu é 1935, tendo surgido no Saturday Evening Post a 23 de Fevereiro desse ano, inicialmente como um «cartoon» de uma única vinheta. Mais a tira nunca chegou a ter tanta aceitação como, mais tarde, os comic-books, que desenvolveram as aventuras e o grupo de personagens que foram surgindo a pouco e pouco, adquirindo algumas, até, uma certa autonomia ao ponto de sobre elas se criarem as suas próprias histórias, que chegaram até ao mundo da animação, as quais eram destinadas sobretudo ao público infanto-juvenil. Inicialmente a personagem surgiu numa publicação juntamente com outras histórias, tendo ganho a sua própria revista em 1945.

Marge nasceu a 11 de Dezembro de 1904, vindo a falecer a 30 de Maio de 1993, mas foi ainda em 1947 que deixou de desenhar a série, a qual ficou a cargo de uma série de desenhadores que lhe deram continuidade e que seguiram a linha editorial que Marge havia estabelecido. Destes, poderemos destacar John Stanley, que criou o comic-book para a Dell no período entre 1945 e 1961, auxiliado, entre outros, por Irv Tripp, cujo estilo mais caricatural se adaptava melhor às personagens e às histórias; durante a década de sessenta, foi Randy Henderson quem mais se dedicou à tiras diárias.
Como inicialmente referimos, foram as edições brasileiras que mais contribuíram para divulgar a personagem entre nós, a semelhança de outras, tais como o Brasinha, o Gasparzinho, o Pimentinha, Tom e Jerry, Frajola e Piu-Piu, os Jetsons, e tantas mais, que entre nós quase só surgiam nos desenhos animados. Eram publicadas pela Editora O Cruzeiro, num formato aproximado de 26 por 18 cm, com uma qualidade de impressão e de papel muito má, e mais tarde pela Abril, num formato reduzido. As edições mais antigas constituem hoje uma raridade e não é fácil arranjá-las em bom estado de conservação.

A tira aqui representada está datada de 14/9 de 1967, e assinada Marge. A dimensão da mancha é de 50,2 x 15,2 cm e a do papel de 58,9 x 17,3 cm, aproximadamente.










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quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Cisco Kid, por Jose Luis Salinas


Cisco Kid começou por ser um personagem de cinema antes de se tornar num personagem de quadradinhos. estreando-se em 1950 na televisão, numa série de filmes que prosseguiu até 1956, tendo como protagonistas Warner Baxter (em 3 filmes), Cesar Romero (em 6 filmes), Gilbert Roland (igualmente em 6 filmes) e Duncan Renaldo (em 8 filmes).

Em 1950, em consequência do êxito televisivo, a King Features Syndicate convidou o artista Jose Luis Salinas para desenhar uma série de quadradinhos baseada no personagem, com argumento de Rod Reed, baseando-se na história de O. Henry, «The Caballero's Way».

Salinas, nascido em 1908, na Argentina, começou então a trabalhar para aquela agência norte-americana, tendo para isso ido viver para os Estados Unidos. A tira diária teve a sua estreia a 15 de Janeiro de 1951, e contava as aventuras de um mexicano que combatia o mal nos territórios do Novo México por alturas de finais do século XIX. A sua indumentária caracterizava-se por um enorme «sombrero», por uma camisa preta com bordados, por uma figura esbelta e um aspecto simpático e uma beleza que encantava as muitas figuras femininas com quem se cruzava. Acompanhava-o um roliço Pancho, que funcionava muitas vezes como contraponto à seriedade e sentido cívico de Cisco.

Jose Luis Salinas, 1908-1985Devido ao risco de ver o seu filho recrutado para prestar serviço no exército norte-americano, que estava envolvido em conflitos militares no extremo-oriente, Salinas decidiu regressar para a Argentina, continuando a desenhar a série até 1968, tendo a última tira sido publicada a 5 de Agosto desse ano. O seu filho, Alberto Salinas, que seguiu as pisadas do pai, por vezes assistiu-o na tarefa, chegando mesmo a substituí-lo ocasionalmente.

O estilo de José Luis Salinas caracterizava-se por um traço fino, de grande beleza e mestria, e os argumentos eram interessantes de seguir, envolvendo especulações e disputas de terras, negócios obscuros de contrabando de bebidas, assaltos a comboios, pistoleiros contratados, um sem fim de peripécias em que havia sempre, ou quase sempre, um indivíduo ou grupo de indivíduos com grande tendência para a actividade criminosa.

Em Portugal, Cisco Kid foi publicado em diversas revistas, mas foi no Mundo de Aventuras que a sua presença foi mais assídua, com os habituais cortes devido à montagem e ao formato reduzido da publicação, havendo ainda a assinalar diversos cortes pela censura, desde beijos mais ou menos apaixonados até a corpos femininos meio desnudados ou armas que eram pura e simplesmente apagadas das mãos de quem as devia estar a empunhar. Salinas faleceu a 10 de Janeiro de 1985, na Argentina.

Muito recentemente surgiu uma nova versão deste personagem, pela mão do desenhador Jerry DeCaire e do argumentista Jim Duffy, pela chancela da Moonstone Books.

A tira que acompanha este artigo data de 5/12 de 1951, estando assinada por Jose Luis Salinas. As dimensões da mancha são de 51,2 x 13,6 cm e as do papel de 57,3 x 16,6 cm, aproximadamente.

Tira de 5/12/51




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